No   século passado, a operação de inspirar copos de ventosas no corpo   consistia em colocar sobre a pele uma campânula de vidro ou outras   formas de inspiradores semelhantes aos copos de ventosas, após fabricar   vácuo pela queima do ar no seu interior, Devendo aplicá-las de pronto   sobre a pele para gerar sucção no local. Este método chamado de “ventosa   seca” era aplicado na pele nua, causando trauma subcutâneo e agindo   como contra-irritante. Outro método também comumente aplicado era   chamado de “ventosa molhada”. 
Neste  método, a pele era irritada por meio  de um instrumento cortante,  provocando uma leve sangria chamada de  “escarificação”, imediatamente  antes de a ventosa ser aplicada. Este  método era considerado especial  para se provocar sangria, sendo também  reconhecido pelos antigos  médicos como uma medida contra-irritante. As  medidas contra-irritantes  provocam o deslocamento da dor e o efeito  conhecido na medicina  oriental como “alívio da superfície do corpo”,  muito útil no combate  das dores por espasmo musculares, enrijecimentos  musculares, reflexos  causadores de falsas dores, nos rins e pulmões. Não  temos a idéia de  quem fez uso da ventosa primeiro. 
Têm-se  informações  de seu uso desde o antigo Egito. Ela também é mencionada  nos escritos de  Hipócrates, e praticamente pelo povo Grego no século IV  a.C.. Foi  provavelmente conhecida e utilizada também por outras  antigas nações. 
O   antigo instrumento utilizado para fazer ventosa era a cabaça,  conhecida  naquela época como “Curubitula”, que em latim significa  ventosa. Nas  regiões primitivas do mundo, a ventosa tem registros  históricos que  datam de centenas a milhares de anos. Nas suas formas  mais primitivas,  era utilizada pelos índios americanos que cortavam a  parte superior do  chifre dos búfalos, cerca de duas e meia polegadas de  comprimento,  provocando o vácuo por sucção oral na ponta do chifre,  sendo em seguida  tamponado. 
Os  antigos curandeiros Medicine men, com poderosos músculos  faciais e  agilidade, conseguiam extrair com a boca, por sucção e logo  cuspindo, o  veneno injetado na circulação sanguínea por picada de cobra,  aliviando  a dor e câimbras do abdome.
 Hipócrates e a Ventosaterapia
Hipócrates   também usava ambos os métodos de ventosa “seca” e “molhada” como   principal tratamento nas desordens menstruais. Ele prescrevia grandes   ventosas de vidro a serem aplicadas nos seios de mulheres que sofriam de   menorragia. Assim como nas “descargas amareladas vaginais”, pelo uso  de  ventosas durante um longo período de tempo em diferentes partes das   coxas, na virilha e abaixo dos seios. 
Hipócrates  era cuidadoso na  prevenção da anti-sepsia após a ventosa, e adverte  com o seguinte  conselho: “Quando em aplicação de ventosa molhada, se o  sangue continuar  a fluir após o instrumento inspirador tiver sido  removido, se o fluxo  de sangue ou soro for copioso, os copos de ventosa  precisam ser  aplicados novamente até que da área tratada tenha se  retirado o  abstrato”. De outra forma, o sangue vai coagular, retendo-se  nas  incisões, e úlceras inflamatórias podem se formar. Aconselha-se  banhar  estas partes em vinagre. 
O  local não pode ficar umedecido. “Nunca  permitir que o paciente se  deite sobre as escarificações, e estas deve  ser tratado com  medicamentos para feridas inflamadas.” O uso de ventosas  no Ocidente  antigo era um elemento terapêutico corriqueiro e de grande  valor  panacéico. Pois na falta de outros elementos da ciência, a   ventosaterapia era utilizada praticamente na cura de todas as doenças. 
Como  um instrumento curativo mágico em sua essência, pelo contato íntimo   com o interior do corpo através do sangue. Ela era respeitada também   pela sua atuação no elemento energético gerado pela respiração. Teoria   que se assemelhava aos conceitos da medicina Oriental. Celsus também   descreve aplicações de ventosas no primeiro século d.C., citando que o   edema subcutâneo produzido pela ventosa seca consiste parcialmente de   “flatus” (gases) derivado da respiração. 
Celsus  adverte que a aplicação  de ventosas é benéfica tanto para doenças  crônicas como para agudas,  incluindo ataques de febre, e  particularmente nos estressados. Quando há  perigo de fazer sangria, o  recurso mais seguro é aplicar nesses  pacientes ventosas secas. Ele  adverte sobre a ocorrência de edema nas  ventosas, sejam secas ou  molhadas. Descreve ventosa seca em vários  lugares para tratar  paralisia, ventosas nas têmporas e na região  occipital em caso de dores  de cabeça prolongadas.
Onde Aplicar as Ventosas
O   uso de ventosa no Oriente foi desenvolvido com base na acupuntura. Ela   se fundamenta na crença de que a resistência contra a doença pode ser   alcançada, induzindo o corpo a se curar pela aplicação de ventosas em   pontos dos 14 meridianos ou em nódulos de reação positiva. 
Esta  função  reguladora é descrita no antigo Cânon de Medicina Oriental, o  Nei Jing:  “A acupuntura tem a função de remover a obstrução dos  meridianos,  regulando o Ki e o sangue, tendo como resposta deste fato à  harmonização  da hipoatividade e da hiperatividade das funções do  corpo”. 
A  ventosa  tem a propriedade de limpar o sangue das toxinas acumuladas  causadas  pela sujeira da água e dos alimentos. Pois a estagnação do  sangue  coagulado, escuro e sujo, nos músculos das costas ou nas  articulações é  considerado pelas terapias Orientais como um dos  elementos causadores de  doenças, sendo necessário retirá-lo para que o  cliente possa se  restabelecer. 
  A ventosa é usada para o alívio de dores musculares,  melhorar o  sistema circulatório e até mesmo, para redução de celulite e  gordura  localizada. A aplicação de ventosas no corpo, além de facilitar a  troca  gasosa e regular o ph sanguíneo e trazer um efeito reflexo quando   aplicada em pontos de acupuntura, se usada para massagear usando um   meio lubrificante (óleos aromáticos), produz o “efeito massagem”. 
Na   estagnação da circulação sanguínea pode se formar um quadro álgico com   acompanhamento de manifestações na pele e músculo, como dilatações   capilares (telangiectasias), infiltrações subcutâneas, formação de   cordões enrijecidos e nódulos, assim como alterações térmicas locais. Se   utilizarmos nestas manifestações pressões isquêmicas ou pressoterapia   Shiatsu, a musculatura reage aumentando a sua rigidez, piorando o   quadro. Nestes casos, para descongestionar o bloqueio, devemos ativar a   circulação sanguínea, aplicando massagem com ventosas.
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